Há muitos anos, muito antes de se falar na construção do porto, uma personalidade da Taíba, famosa por seus sonhos e visões, disseminou que tinha uma visões que mostrava uma grande corrente de ouro, muito dourada, na praia entrando no mar. Hoje os moradores mais antigos da Taíba lembram desta história e descobriram a citada "corrente de ouro encantada". Quem olha da Taíba ou mesmo da Colônia para o Pecém à noite, vê aquela linha dourada causada pela iluminação da ponte entrando no mar. Esta seria a grande corrente de ouro dourada que a pessoa falava nas suas visões. Uma história fantástica e que se formos ver, vai além da questão visual pois o porto trouxe a riqueza para a região.
Quando da missa alusiva à primeira operação comercial, realizada na capela embaixo da ponte, chegou para a sra. Helenita da Associação Pecém Eu Te amo, o desafio de conseguir uma imagem de São Gonçalo. Esta buscou por toda a região, conversando com vários conhecidos porém sem conseguir. Recebeu uma dica de que teria em uma casa de umbanda em Fortaleza, que se ela não se importasse indicaria o endereço. Logo ao receber a informação onde tinha, já foi do Pecém a Fortaleza seguindo a dica. Ao chegar ao local o atendente disse que tinha acabado mas que conseguiria para o dia seguinte. Dona Helenita já deixou pago e no dia seguinte pediu para o seu filho ir pegar. Este atendeu o pedido da mãe e foi buscar a encomenda da imagem. Chegou com o pacote e a d. Helenita ao abrir teve a decepção de que não era São Gonçalo e mandou o filho levar a imagem embora. Ficou então chateada e sem saber o que fazer já que a missa seria no dia seguinte. Eis que surge uma amiga que lhe falou ter a imagem e que iria dar para ela; para surpresa não 1 imagem mas 2 imagens. Uma foi para celebração da missa e depois ficou depositada na capela da praia a outra ficou na casa da d. Helenita. A imagem usada na missa no ano de 2001 ficou na capela da praia e terminou por sumir não se sabendo o paradeiro até os dias atuais. Em 2019 a Administração do Porto restaurou a capelinha e a d. Helenita ao saber, doou a imagem que ganhou em 2001, quando da missa, estando hoje referida imagem na capela.
Cavalgando em suas propriedades , em um momento de desespero, diante de uma grande seca , por volta das três horas da tarde, na hora da misericórdia, Ele teve uma visão de uma mulher de Luz apontando onde deveria cavar um poço. Cavou e teve água potável. Fez-se então a Liberdade espiritual e agrícola. Nasceu em 1930 a Fazenda Liberdade. A esposa Eufrosina Brasileiro ( Neném Brasileiro) mandou buscar à cavalo, na Fazenda do pai dela, no Buíque, Sítios Novos , na Caucaia, uma imagem de Nossa Senhora das Graças, o qual Eretides Martins identificou como a " Mulher de Luz". Desde de então, em 1930 que as novenas de Nossa Senhora das Graças começaram a serem realizadas no local da aparição. Aparição Nunca foi divulgada ou explorada, pois essa Epifania era de cunho particular . Porém, na celebração de 50 anos de Novenas, no ano de 1980, a viúva de Eretides Martins, dona Eufrosina Brasileiro Martins ( Neném Brasileiro, nascida em 24/11/1903 ) fez o discurso e relatou o Evento da Epifania, para o público, pois a história era um relato íntimo e familiar. Na época dos 50 anos a celebração foi festejada por toda a população e teve a participação especial de familiares, amigos e de toda comunidade católica, numa caminhada do centro de São Gonçalo até a Fazenda Liberdade, com as pessoas levando centenas de lanternas e luzes de velas . Neném Brasileiro, Jupi Martins e o Raimundo Correia (Raimundo Bulico) foram atuantes na realização da festa. Até os anos 60 a Fazenda se manteve nas mãos dos seus idealizadores e por motivos, que não vem ao caso, mudou de proprietário. A Fazenda Liberdade também foi por décadas, palco de eventos culturais e filantrópicos, comandados pelo seu proprietário Eretides Martins. Um Encontro Nacional de Cantadores de viola teve cobertura da prestigiada Revista Cruzeiro (n°29), com a presença de Cego Aderaldo, e 4 grandes mulheres de destaque, entre elas Zefinha Chabocão. Foi palco de Eventos Beneficentes e o mais popular deles era a Festa da Mãe Pobre onde eram distribuídos gênero alimentícios, redes de dormir e vestimentas, no meio de festividades e acolhimento.
Fonte: Thalia Brasileira
Dos mais antigos moradores, poucos recordam da história de um pequeno navio que relatam, vinha fugindo da fiscalização devido a carga com contrabando de garrafas de uísque, que nesta fuga terminou por “jogar” o navio na praia para descarregar sem ser preso, de onde parte da população veio a pegar várias garrafas e, como não conseguiriam levar tudo o que pegaram que alguns enterraram várias garrafas pelas dunas, se dizendo que ainda hoje “deve ter alguma garrafa enterrada esquecida por aí”. Relatam ainda que o navio foi aos poucos também sendo saqueado e desmontado, tendo seus restos sido consumidos pela ferrugem. A história ao que tudo indica tem procedência, visto que recente, devido a prescrição do sigilo dos arquivos da ABIN, se verifica processo de investigação que dá suporte ao fato. Em 1976 referido relatório cita fato ocorrido em fevereiro de 1971, de carga irregular de uísque da marca Cavalo Branco que foi descarregada no Pecém.
A história do Porto do Pecém não começa no dia de sua inauguração. Mas no suor de gerações que lutaram por sua viabilização.